Capítulo 645 - Melhor do que o Esperado

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Tenham uma boa leitura!]

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A raiva estampada nos olhos de Hércules refletia o quanto ele queria matar tanto humanos quanto deuses, como Heimdall, naquele momento. E por falar em Heimdall, este estava junto com Loki em outra dimensão que não foi afetada pelo último ataque, mas quando os dois viram o exausto Zao Tian desmaiar, eles deram as caras novamente para aproveitar-se da chance de terminar com aquele problema de uma vez por todas…

*Swing…* Heimdall balançou a sua espada para cima e não perderia de jeito nenhum a chance de decapitar Zao Tian, que estava inconsciente e indefeso.

*Booooooooooooooooooooooooooooooom…* Foi nesse momento que, em meio às flores e vinhas secas que morriam depois de ter todo aquele poder e calor passando por dentro delas, uma última flor inteira executou o último disparo, que não foi na mesma direção dos outros.

Heimdall desviou o seu olhar na direção daquele disparo. A percepção de velocidade de um deus que também era usuário da luz era diferente das outras criaturas, então ele conseguiu acompanhar a trajetória da energia que sequer passou perto de acertá-lo, mas estava atingindo outra coisa.

*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuum….* A distração de Heimdall foi aproveitada por uma figura que, como um relâmpago vermelho, rasgou o céu na maior velocidade que podia alcançar e arrebatou Zao Tian das garras do deus onisciente e do que estava por vir.

Hildeval segurava Zao Tian e alimentava a Paradox com toda a raiva que podia, para assim ser recompensado por ela, que lhe forneceu poder para aumentar a sua velocidade e ser rápido o suficiente para chegar bem perto do Cruz, que naquela altura era o melhor movimento a se fazer.

*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassshh…* No fim da linha daquele disparo que Zao Tian executou depois de desmaiar, estavam dois pequenos planetas artificiais, um de água e outro de gases; A pressão interna dos dois planetas era enorme, e em ambos havia a influência de poderes equivalentes aos de um Grande Deus mantendo o maior nível de pressão que eles eram capazes de conter; Além disso, mais uma fonte externa de pressão, dessa vez gravitacional e no nível de um Grande Deus, também, auxiliava no aumento de pressão que, após ser drasticamente aumentada por causa da energia do Canhão Aterrador de Zao Tian, colapsou, criando um som muito mais medonho do que o de uma explosão.

Algo tinha se rasgado naquele momento, pelo menos foi o que pareceu. A energia fornecida por Zao Tian aumentou tanto a temperatura nas duas massas planetárias que a pressão se tornou insustentável, mesmo para pessoas no nível de um Grandes Deus, e enfim, tudo colapsou.

Talvez não tenha sido o mesmo que um evento natural, mas de certa forma, de uma maneira singela, mas imensamente destrutiva e perigosa, o grupo de humanos tinha criado algo muito parecido com uma supernova. Uma catástrofe que continha o poder combinado de pelo menos sete humanos, ou melhor, sete Santos no nível de um Grande Deus.

Ninguém teve chance de escapar, pelo menos nenhum deus conseguiu, haja vista que os únicos que estavam protegidos ficaram expostos para tentar atacar Zao Tian. E diferente dos deuses que nem tiveram tempo de absorver o choque do ataque de Zao Tian e já estavam sendo engolidos por mais um poder avassalador, os humanos esperavam por aquele momento que planejaram desde antes da chegada dos deuses, e sabiam exatamente o que cada um tinha que fazer para manter-se vivo.

*Whoosh…* Todos tinham preparado os seus próprios meios de mover-se por uma dobra espacial que, com a ajuda do Cruz, foi ocultada dos deuses. Cada um sabia onde o seu portal estava e só precisava entrar nele assim que a explosão acontecesse, e foi o que aconteceu, porém, com uma leve alteração, que foi o fato de Hildeval ter que usar o portal do Cruz para levar Zao Tian com ele, uma vez que ele tinha se distanciado muito do seu próprio portal e seria pego pela explosão antes de alcançá-lo.

Enquanto isso, durante a fuga do grupo, que desapareceu durante um início de um evento cósmico, os deuses que estavam ao alcance de explosão e de Decarius foram atingidos por um turbilhão de energia que despedaçou aqueles que estavam perto demais e desmembrou os mais sortudos.

Nem mesmo Balder saiu ileso dessa vez. O dom do deus invulnerável mostrou mais um ponto fraco que, infelizmente, para o grupo, não foi observado.

“O que está acontecendo…?” Balder estava perto demais, abalado demais e exposto demais para suportar o que o atingiu. A confiança plena no seu dom balançou quando uma quantidade massiva de energia arrebentou-se contra o seu corpo que, aos poucos, se desintegrou. O dom da invulnerabilidade tinha mais uma forma de ser superado… Que era acertar Balder com uma quantidade tão absurda de poder que extrapolaria a sua capacidade de conter e transmitir os danos que sofreu.

O deus estava morrendo aos poucos, pedaço por pedaço, lentamente sendo transformado em grãos de poeira que se tornaram cinzas e depois nada. Balder sentiu o que era ser um mortal, o que era ser normal e como era encarar um conceito que nenhum deus estava acostumado… A morte.

A perplexidade dominava o semblante de Balder, que viu o mesmo acontecer com Loki e Heimdall.

Três Grandes Deuses morreram de forma rápida e indolor. E longe dali, outros deuses foram multilados, permanentemente incapacitados ou ferido tão gravemente que só conseguiriam se mover se fossem socorridos com urgência.

Hércules, um símbolo do que significava ser um deus e crer na sua imortalidade, estava entre o grupo de sorte que saiu com ferimentos graves, mas mesmo sem condições físicas de enfrentar qualquer um daqueles humanos e com a energia da explosão ainda castigando o seu corpo, ele tentava avançar sem se importar com o que estava acontecendo com o seu corpo. 

Hércules era o deus mais valente que o grupo teve a sorte de não enfrentar. A determinação de nunca aceitar ser rebaixado por outra criatura e ter a sua força contestada empurrava o deus contra a força de um evento cósmico, e ele estava fazendo isso de uma forma bastante admirável.

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Espalhados pelos quatro cantos do universo, os membros do grupo emergiram das suas dobras espaciais enquanto o calor da explosão às costas dele tentava segui-los, porém sem êxito.

Era sabido, por todos, que a dobra espacial deveria ser fechada assim que eles pisassem do outro lado, se não, eles seriam atingidos pelo impacto da supernova, assim como aconteceu na última vez que eles incitaram um evento como esse.

Fechar o portal atrás deles era primordial, mas se espalharem também era muito importante, afinal, não dava para confiar cegamente em um único plano e apostar tudo naquela explosão.

O grupo precisa se espalhar, porque caso o plano não funcionasse ou fosse impedido por algum deus, não teria como todos serem seguidos, e isso daria tempo aos que conseguiram escapar, para planejarem uma ação de suporte e resgate.

Desde que saíram para buscar pelo laboratório de Heimdall, o grupo sabia que aquele ciclo seria um inferno, e eles estavam preparados para enfrentá-lo. Contudo, era esperado apenas um inimigo daquele calibre, que era Heimdall.

A ajuda de Iara foi fundamental para o grupo que, se não fosse pelo poder que ela forneceu, jamais seria capaz de suportar um ataque conjunto dos deuses, como o que acabara de acontecer.

Adaptações e improvisos foram necessários para uma melhor adequação às condições que se apresentavam, sejam elas novas ou antigas, e apesar de nada ser ṕerfeito, até aquele momento tudo saiu melhor do que o esperado.