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Capítulo 852 - Erro

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Tenham uma boa leitura!]


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A situação em Uhr'Gal começava a parecer controlada após a intervenção de Shara'Kala e a hesitante aceitação de Zargoth em investigar o clone. No entanto, a calmaria em solo foi interrompida com a chegada do grupo de Ming Xue ao espaço orbital de Uhr'Gal. Com o cerco iniciado por Joster agora reforçado, a presença do grupo despertava alarmes sucessivos nas defesas orcs que, em alerta, transmitiram a Zargoth a escala do perigo.


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Na vastidão silenciosa de Uhr'Gal, os orcs que patrulhavam o espaço observavam, com a respiração suspensa, o surgimento dos novos guerreiros humanos. 


A primeira figura a despontar era Gu Ren, com sua lança imponente irradiando uma energia branca incontrolável. Assim que ele apareceu, os orcs sentiram uma rajada de vento cortar o vazio.


“Eles têm outro como aquele?” Um dos orcs murmurou, se referindo à surpresa de ver outro alguém como Joster, e a sua surpresa só aumentou quando ele percebeu que a arma que Gu Ren empunhava era tão surpreendente quanto: “Aquela lança… é uma Arma do Espírito! É impossível que tantos humanos as possuam!”


Pouco depois, quase simultaneamente, Ming Xue emergiu em outro ponto, com uma espada que se alternava entre os estados líquido e sólido. O brilho da lâmina fluída dançava e hipnotizava, e os orcs, atordoados, se entreolharam em pavor. 


“Mais um…” Murmurou um deles, com a mão se fechando ao redor do próprio punho com nervosismo: “Como eles conseguem possuir tantas delas? Uhr’Gal não possui nem uma segunda Arma do Espírito, mas eles já têm três!”


Singrid apareceu em seguida, envolta em uma armadura dourada que reluzia intensamente, exalando um poder que se amplificava ao redor dela como uma tempestade de relâmpagos. A eletricidade se acumulava, formando armas de relâmpagos que a acompanhavam como soldados em prontidão. Os orcs recuaram instintivamente, com um dos guerreiros mais experientes sussurrando para os outros: “Essa armadura… Que tipo de humanos são esses?”


Ao lado dela, surgiu Hildeval, cujos relâmpagos vermelhos pulsavam como veias vivas sobre a superfície de sua armadura. A intensidade do poder era quase sufocante, e a aura carmesim da eletricidade o tornava um espectro de puro poder destrutivo. 


“Os relâmpagos… Eles têm vida própria!”, exclamou um orc, sem conseguir conter o medo: “Esse também possui uma arma do Espírito!”


O choque se alastrava entre os orcs, e então, de forma imponente, Ryuuji apareceu, com uma katana cuja lâmina mudava de cor e forma conforme ele ajustava sua postura, adaptando-se ao ambiente de uma forma que antes parecia ser impossível. A presença do samurai era avassaladora, porém calma, e sua katana parecia viva, dotada de um propósito de corte inquebrável.


“Aquela espada… Ela pode cortar qualquer coisa?!” um dos orcs murmurou, quase sem acreditar, enquanto outro respondeu, a voz cheia de pavor: “Eles vieram preparados para a guerra, com mais armas do Espírito do que já sonhamos ver… Estamos realmente diante de forças muito mais preparadas do que as nossas.”


Finalmente, após um cerco assustador terminar de ser formado, o chamado a Zargoth foi feito. Em cada palavra dos orcs que alertavam seu Khan, havia uma incredulidade profunda e um temor crescente. Aqueles humanos não eram guerreiros comuns, e a força deles parecia superar até os mais fortes filhos de Uhr'Gal.


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No chão, o peso da notícia fez Zargoth se enrijecer novamente, apesar de sua recente aceitação de colaborar com Shara’Kala. As forças do grupo que montou o cerco eram visíveis, podendo ser sentidas do solo. Naquele instante, os orcs tiveram ciência de que aqueles humanos não eram guerreiros comuns, e a situação parecia se intensificar mais uma vez, agora em uma escala quase imensurável.


Ao ver o semblante perturbado de Zargoth, Shara’Kala deu um passo à frente, tentando se interpor entre ele e a decisão precipitada de uma retaliação.


“Zargoth…” Ela começou, mantendo a voz firme e controlada: “Deixe-me falar com Zao Tian. Eles não têm interesse em destruir nosso povo. É o destino de Cruz e a justiça que ele merece que os traz aqui. Eu posso conter o avanço desse cerco, e preciso que você confie em mim. Nos dê a chance de uma solução diplomática, ao menos por agora.”


Zargoth hesitou, observando Shara’Kala com uma mistura de cautela e desafio, antes de responder: “Você realmente acredita que essas forças, que ameaçam nosso planeta, estão aqui apenas por um homem? E se você estiver errada? O que faremos se for uma armadilha?”


“Eu entendo seus receios, Zargoth. Mas existe um detalhe importante…” Ela olhou diretamente em seus olhos, com uma intensidade que não deixava espaço para dúvidas: “Há mais uma peça nessa verdade que você ainda não viu. Eu preciso que você permita que Ye Yang, o clone de Yang Hao, entre em Uhr'Gal. Apenas ele pode demonstrar, sem sombra de dúvida, que os clones são reais.”


A menção de Ye Yang trouxe um novo nível de tensão à conversa. Os orcs presentes viram ele trabalhando nas investigações, e mesmo quase todo desfigurado, as semelhanças entre ele e o suposto clone que Shara’Kala trouxe eram facilmente visíveis.


“Confiança, Zargoth…” Shara’Kala continuou, tentando recorrer ao pouco de harmonia que restava entre eles: “Dê-me essa última chance de provar minha lealdade. Se falharmos, então você terá sua resposta e poderá agir como julgar necessário.”


Depois do pedido de Shara’Kala, Zargoth permaneceu em silêncio por alguns segundos, com o olhar fixo no horizonte, até que enfim cedeu com um aceno cauteloso, ainda visivelmente relutante. A Khan, aproveitando-se daquele momento de abertura, entrou em contato direto com Zao Tian, esperando que ele estivesse disposto a ouvir.


“Zao Tian…” A voz dela ecoou pelo amuleto: “A situação em Uhr'Gal é crítica. Os anciãos e Zargoth permitiram uma análise do clone, mas eu preciso de mais uma coisa… Deixe Ye Yang entrar no planeta para que ele próprio seja examinado. Somente com isso poderemos assegurar que os orcs vejam a prova com seus próprios olhos.”


Zao Tian ficou calado por alguns instantes e olhou para Ye Yang, que acenou em concordância. Ele sabia que a presença de Ye Yang poderia ser decisiva para confirmar as alegações de Shara’Kala. Então, em resposta, ele afirmou sua disposição de cooperar, mas reiterou a necessidade de que Cruz estivesse em segurança enquanto isso acontecia.


“Ye Yang pode entrar, Shara'Kala. Mas, que fique claro… Qualquer tentativa de prejudicar Cruz ou Ye Yang será paga com uma resposta imediata!” Zao Tian respondeu, antes de avisar: “O grupo de Ming Xue manterá o cerco, e qualquer ação contrária será percebida como uma ruptura direta da aliança.”


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Alguns minutos depois, assim que Zao Tian se aproximou da órbita de Uhr'Gal, trazendo consigo Ye Yang, uma sensação de iminência tomou conta tanto dos guerreiros humanos quanto dos orcs. A entrada de Ye Yang era a chave que poderia decidir o destino de Cruz e a continuidade da aliança entre humanos e orcs.


Ye Yang, mantendo-se calmo, avançou sozinho, conduzido ao solo por uma comitiva orc. No coração da praça, onde Eldara e outros anciãos o aguardavam com seriedade, ele percebeu o quanto sua presença incomodava e intrigava a todos ali.


Assim que chegou, Eldara, a mais ponderada dos anciãos, dirigiu-se a ele com um respeito cauteloso.


“Ye Yang, nós iremos examinar você a fundo. Sua própria presença é incomum, e muitos entre nós precisam de uma prova concreta de que essas alegações sobre clonagem são reais.” Ela declarou, antes de voltar-se para os médicos orcs que aguardavam o exame.


Ye Yang inclinou a cabeça em sinal de respeito e respondeu com firmeza: “Eu compreendo, anciã Eldara, e estou aqui para fornecer a verdade. A presença desses clones é um fato que os humanos também têm dificuldades em aceitar, mas a verdade precisa prevalecer, por mais difícil que seja de acreditar.”


Rapidamente, os médicos orcs começaram a colher amostras de sangue e iniciaram uma comparação minuciosa entre os dados genéticos dele e do clone já capturado. Após alguns momentos tensos, onde todos ficaram em silêncio, um dos médicos aproximou-se de Eldara, com o semblante pálido, e sussurrou, suficientemente alto para que os presentes ouvissem: “Anciã Eldara… Os resultados são idênticos. É como se ambos fossem… O mesmo ser.”


Eldara franziu o cenho, mantendo a compostura, mas sua voz não escondeu a perplexidade quando ele questionou: “Isso é impossível, cientificamente… Nem irmãos gêmeos teriam uma correspondência tão exata no DNA. E, no entanto, aqui está a prova diante de nós. Isso nos confirma o que nos foi dito? Estes seres são… clones?!”


O médico acenou em confirmação e a multidão ao redor ficou em silêncio mortal enquanto as palavras de Eldara pairavam no ar. Zargoth, observando tudo, parecia lutar internamente para aceitar o que via. Ele se aproximou de Eldara e dos médicos, com seus olhos expressando um ceticismo gigantesco.


“Você está certa disso, anciã Eldara?” Zargoth indagou, com sua voz carregada de desconfiança, mas também de uma dúvida inegável.


Eldara o encarou, mantendo um tom firme, mas respeitoso, enquanto respondia: “Sim, Zargoth. Esse resultado desafia o que conhecemos sobre a biologia, mas não há como ignorar a realidade dos dados. Estamos diante de algo que realmente confronta nosso conhecimento.”


Zargoth cerrou os punhos e olhou para Shara’Kala, que o observava com uma expressão de genuína preocupação. Em silêncio, ele compreendia que sua convicção estava sendo abalada, mas, ao mesmo tempo, uma voz de cautela o forçava a questionar o que ainda lhe parecia impossível.


Voltando-se para Ye Yang, Zargoth perguntou, com uma franqueza que tocava tanto a razão quanto a honra: “Se isso é verdade, então… Diga-me, Ye Yang, qual é a razão para que vocês tragam tantos guerreiros poderosos até nossa órbita? Isso é um pedido por paz ou uma ameaça em forma de negociação?”


Ye Yang manteve o olhar firme e respondeu: “Zargoth, nossa presença é uma demonstração da seriedade com a qual tratamos o futuro de Cruz, que acreditamos ser uma vítima, assim como seu povo. Estamos preparados para defendê-lo, mas, acima de tudo, estamos aqui para mostrar que queremos resolver esse impasse com justiça e não com violência.”


Shara’Kala, que estava bem ao lado deles, aproveitou aquele momento para interceder: “Zargoth, eu pedi para que Ye Yang viesse para confirmar o que tenho dito. Essa descoberta não muda nossos princípios, mas nos mostra que há um inimigo oculto. O Olho e seus clones representam uma ameaça tanto para os humanos quanto para nós.”


Enquanto isso, os anciãos ao redor trocavam olhares cautelosos, e Eldara, ainda intrigada com a descoberta, virou-se para a multidão, finalmente dizendo em voz alta: “Orcs de Uhr'Gal, temos em mãos a prova de que há forças maiores em ação. Clones existem, e é nossa responsabilidade avaliar o que isso significa para nossa justiça no caso do prisioneiro Cruz!”

A multidão entrou em alvoroço. Gritos que variavam de xingamentos a palavras de apoio soavam entre os orcs que começavam a discutir entre eles mesmos. E em meio ao alvoroço que se seguiu, Zargoth, embora abalado, assentiu relutantemente, antes de dizer: “Seja como for, vamos proceder com o julgamento, mas com essa nova perspectiva em mente. E se houver manipulação… Não hesitaremos em unir forças contra o verdadeiro culpado. Contudo, ainda não temos qualquer prova de que um clone do prisioneiro existe…”


Enquanto Zargoth falava em prol do prosseguimento do julgamento, mas aberto a aceitar que um clone de Cruz realmente poderia ter cometido o grande crime contra Uhr’Gal, um grito furioso soou da multidão, e no mesmo instante, um objeto cruzou o ar com muita velocidade: “Morte ao genocida!!!!” 


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* Tudo aconteceu rápido demais. No meio do caos da multidão, muitos movimentos passaram despercebidos, e o arremesso violento de um lança foi um deles. O responsável, um orc de meia idade que perdera seus filhos no ataque, conseguiu ter sucesso no seu ato, que ao término, culminou em uma ferida exposta no peito de Cruz, que sem ter como se defender, começou a vomitar sangue e perder os sentidos, junto com a capacidade de respirar.


“Uuuhhhf…” Com a lança atravessada em seu peito, Cruz arfava, tentando respirar, mas seus pulmões, cheios de sangue e com o cabo da lança atravessado neles, pareciam não responder.



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