Capítulo 798 - Surpreendido
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Muito longe de Decarius…
O vazio do espaço era como um manto silencioso que o envolvia enquanto Hatori flutuava, com sua mente calma como as águas de um lago, e sua determinação inabalável. Ele acabara de deixar para trás o planeta de Erythrians, uma raça de seres alados com pele vermelha e olhos dourados. Os Erythrians, apesar de sua aparência feroz, eram uma raça pacífica, dedicada à arte, com uma sociedade organizada em torno de um conselho de anciões. Hatori havia passado semanas entre eles, e sua habilidade de lidar com diplomacias complexas, combinada com seu respeito e compreensão pelas tradições locais, rendeu-lhe a confiança dos anciões.
A amizade que floresceu entre Hatori e os Erythrians foi um acordo de esperança em tempos sombrios. Eles prometeram sua aliança à humanidade na guerra que se aproximava, fornecendo guerreiros que poderiam mover-se através dos céus com uma velocidade surpreendente e cujas lâminas poderiam cortar o próprio ar.
Agora, porém, Hatori estava em uma nova missão. Ele se dirigia ao planeta Gralkor, lar de orcs, uma raça conhecida por sua força bruta e honra em combate. Hatori sabia que esta não seria uma missão fácil. Os orcs eram uma raça de guerreiros orgulhosos, dedicados a uma cultura de batalha e conquista. Em seu íntimo, Hatori sentia uma afinidade com eles, pois como samurai, ele também seguia um código rígido de honra e dever. No entanto, ele sabia que ganhar a confiança dos orcs não seria simples, exigindo mais do que apenas palavras bem escolhidas.
Hatori voava no vácuo do espaço como uma folha ao vento, com sua mão habitualmente sempre próxima à empunhadura de Sourigawa, sua espada do Espírito que havia se tornado uma extensão de sua própria alma. A espada era sua companheira mais fiel. Ela compartilhava histórias com ele que nenhuma outra criatura sabia. Ela era sua confidente mais íntima.
Ao aproximar-se de Gralkor, Hatori sentiu o ambiente mudar. O planeta era uma esfera de tons esverdeados e marrons, marcada por vastas florestas e montanhas colossais. A aura ao redor do planeta era intensa, carregada de uma energia espiritual que parecia pulsar desde o coração da terra. Os orcs não eram uma raça que dependia de tecnologias, apenas da força que vinha de suas conexões com a energia espiritual, e isso os tornava formidáveis.
Enquanto atravessava a atmosfera densa de Gralkor, Hatori percebeu que o vento ali era diferente, ele era bruto, indomável, como o espírito dos próprios orcs. Hatori sorriu levemente, sentindo uma afinidade natural com o ambiente ao redor. O vento sempre fora seu aliado, e estando ali, ele pretendia usar isso a seu favor durante as negociações.
Ao aterrissar em uma vasta planície cercada por montanhas, Hatori foi recebido por uma delegação de orcs armados. Suas armaduras pesadas e machados gigantescos refletiam a luz do sol, e seus olhares, embora desconfiados, carregavam uma curiosidade latente. As armas que eles empunhavam eram de altíssimas qualidades, o que mostrava, de maneira bem física, o quão avançados eles eram em termos de força.
Hatori, em sua postura serena, inclinou-se levemente, demonstrando respeito. Ele sabia que estava diante de uma raça que valorizava a força acima de tudo, mas que também reconhecia a honra quando a via.
“Eu sou Hatori, embaixador de Decarius!” Ele anunciou, com sua voz firme e cheia de respeito e diplomacia: “Vim em paz, para restaurar a confiança entre nossos povos e forjar uma aliança que beneficiará ambos em tempos de guerra.”
Os orcs se entreolharam com uma tensão que era muito explícita. O líder da delegação, um orc de estatura impressionante, com cicatrizes profundas no rosto e olhos que refletiam uma vida de batalhas, deu um passo à frente. E com sua voz grave, ressoando como o trovão antes da tempestade, falou: “Nós ouvimos falar de você, Hatori. Na verdade, atualmente os humanos estão em grande evidência no universo.”
“E esperei por este encontro, mas palavras não são suficientes em Gralkor. Aqui, provamos nossa força e valor em ação, não em promessas vazias.” O líder encerrou, inclinado a testar Hatori antes de qualquer outra coisa ser feita.
Hatori assentiu, compreendendo perfeitamente a posição do líder orc. Ele sabia que, para ganhar o respeito dos orcs, teria que mostrar seu valor de uma maneira que eles pudessem entender. Ele não era estranho a tais desafios, e estava preparado para o que viesse.
“Eu entendo, e estou preparado para provar minhas intenções da maneira que for necessária.” Respondeu Hatori, com calma, antes de tocar na Sourigawa e afirmar: “Minha espada e meu coração estão abertos, e estou pronto para enfrentar qualquer teste que seu povo exigir!”
O líder orc, que se apresentou como Grok, um dos generais mais respeitados em Gralkor, acenou com a cabeça em aprovação. Ele sinalizou para que Hatori o seguisse até uma fortaleza no horizonte, uma estrutura massiva de pedra e metal que parecia fundida com a própria montanha.
Conforme caminhavam, Hatori podia sentir os olhares dos guerreiros orcs sobre ele. Eles analisavam cada movimento, avaliando sua força e postura, buscando qualquer sinal de fraqueza. Hatori, no entanto, permaneceu impassível, com sua mente focada e seu espírito calmo como sempre. Ele sabia que a verdadeira batalha não era contra esses guerreiros, mas sim contra a desconfiança que permeava as relações entre humanos e orcs.
Conforme Hatori caminhava ao lado de Grok, os corredores da fortaleza se estreitavam, e as paredes de pedra pareciam contar histórias antigas de glórias e batalhas. O peso da história e da tradição orc era enorme. Cada passo que ele dava ecoava no silêncio respeitoso dos guerreiros que o acompanhavam, como se estivessem esperando por um sinal, uma demonstração de fraqueza ou força.
As memórias de Gold, o Grande Arcanjo, pairavam sobre a fortaleza como uma sombra e estavam estampadas nas paredes, tetos e vidraças. Hatori, depois de conhecer alguns planetas orcs, sabia que a relação entre os humanos e os orcs havia se deteriorado após o afastamento de Gold. Ele foi o primeiro cultivador do universo, uma figura quase divina, que havia ensinado o caminho do cultivo para muitas raças, incluindo os orcs. Para eles, o afastamento de Gold havia foi visto como uma traição humana, e a confiança que outrora existira foi corroída com o tempo, substituída por ressentimento e desconfiança.
Também, naquela situação em específico, um ataque recente a um planeta orc, perpetrado por um humano, que Hatori não sabia, apenas agravara a situação.
A incerteza e a confusão reinavam entre os orcs de Gralkor. Por que um humano atacaria um planeta aliado, especialmente um planeta que havia sido recrutado por Yang Chao, outro embaixador humano? Para os orcs, isso era incompreensível, uma quebra de honra que precisava ser explicada.
Ao chegarem ao salão principal da fortaleza, Hatori foi levado até uma grande mesa de pedra, onde o Conselho dos Anciões de Gralkor estava reunido. Os anciões, apesar da nomenclatura, eram figuras imponentes, cada um ostentando cicatrizes de batalhas passadas e emanando uma presença quase tangível de poder. Hatori inclinou-se respeitosamente diante deles, reconhecendo a importância do momento.
“Embaixador Hatori…” Começou um dos anciões, com sua voz profunda ecoando pelo salão: “Você vem em nome dos humanos, um povo que outrora seguia o caminho do Grande Arcanjo. Porém, desde que ele se afastou, muito se perdeu entre nós. A confiança foi abalada, e o sangue foi derramado. Como podemos acreditar nas suas palavras quando os seus atos falam mais alto?”
Hatori manteve sua expressão serena, mas sua mente trabalhava rapidamente. Ele sabia que as palavras sozinhas não seriam suficientes para reparar a fratura entre os dois povos, mas também sabia que precisava plantar a semente da reconciliação.
“Eu entendo vossas preocupações, anciãos de Gralkor,” Hatori começou, com uma voz que carregava a mesma profundidade e respeito que lhe foram demonstrados, e vivência de alguém raro que teve a oportunidade de treinar, na SIngularidade, com a figura que os orcs idolatravam e que ele próprio venerava: “O mestre Gold, o Grande Arcanjo, é uma figura de imenso respeito e admiração para todos nós. Sua partida deixou um vazio que, até hoje, tentamos preencher. O afastamento dele não foi apenas uma traição dos humanos, mas sim uma decisão pessoal que ele tomou em busca de algo particular.”
“Zaki o impulsionou, mas muito antes disso, ele já queria viver à sua própria maneira, sem ser reconhecido, venerado ou temido por todos.” Hatori expressou algo que sentiu em Gold já em um passado muito distante de sua partida.
Os anciões permaneceram em silêncio, mas Hatori pôde ver que suas palavras estavam sendo consideradas. Ele sabia que precisava continuar, mostrando sua sinceridade e o desejo genuíno de curar as feridas.
O ancião que havia questionado Hatori fixou seu olhar penetrante nele, como se tentasse discernir a verdade por trás de suas palavras.
“Você fala como alguém que conheceu o Grande Arcanjo pessoalmente, Hatori. E, se for verdade, isso apenas levanta mais questões. Como pode um humano, que conhecia tão bem a vontade de Gold, ser cúmplice no afastamento que causou tanto sofrimento ao nosso povo?” O ancião perguntou.
Hatori manteve sua postura serena, mas sabia que o momento era delicado. Ele inclinou a cabeça levemente, em um gesto de respeito, antes de responder: “Eu tive a honra de treinar sob a orientação do Grande Arcanjo, mas em condições especiais de espaço e tempo. Ele me ensinou muito, e o que aprendi moldou não apenas meu poder, mas também meu entendimento do que significa honra e dever. No entanto, as decisões que ele tomou foram dele, e somente dele. O afastamento dele não foi motivado por traição ou abandono, mas por uma busca pessoal, algo que transcende o que nós, mortais, podemos compreender completamente.”
Os anciões trocaram olhares, ponderando sobre as palavras de Hatori. O silêncio que se seguiu foi pesado, mas não hostil. Eles estavam claramente avaliando a veracidade do que Hatori havia dito, tentando entender as motivações por trás das ações de Gold.
Finalmente, um segundo ancião, com cicatrizes que cortavam seu rosto em padrões entrelaçados, falou: “Seus sentimentos pelo Grande Arcanjo parecem claros, Hatori, e isso é algo que respeitamos. Contudo, como já foi dito, os atos falam mais alto que as palavras. Recentemente, um ataque covarde ocorreu em um planeta irmão, lar de nossos aliados. Um humano foi o responsável, e este ato manchou ainda mais a já frágil confiança que existia entre nossas raças.”
Hatori franziu a testa, surpreso, e questionou de forma genuína: “Ataque? Eu não tenho conhecimento de tal incidente. Posso assegurar-lhes que não foi nenhum humano ligado à aliança de Decarius que cometeu tal atrocidade. Nossa missão tem sido, desde o princípio, a de unir as raças livres contra a opressão divina, e não criar mais divisões.”
O ancião de cicatrizes intrincadas respondeu com um olhar cético: “As evidências que temos apontam para um humano, e nossos aliados foram claros em suas acusações. Como pode Decarius, que prega a união, não ter controle sobre seus próprios emissários?”
Hatori, sentindo a gravidade da situação, deu um passo à frente, aproximando-se um pouco mais dos anciões, e disse: “Isso me preocupa profundamente… Se há um humano que agiu dessa maneira, ele agiu sozinho e sem o conhecimento ou apoio de Decarius. Eu prometo que buscarei a verdade, e garanto a vocês que aquele que for responsável por tal ato responderá por seus crimes, seja sob nossas leis, ou as suas. Peço que me permitam investigar esse incidente para que possamos encontrar o verdadeiro culpado.”
O salão permaneceu em silêncio enquanto os anciões ponderavam sobre a proposta de Hatori. A surpresa demonstrada por ele quando o ataque foi mencionada parecia natural, mas não dava para subestimar a capacidade de atuação de Hatori. Grok, que havia permanecido em silêncio até então, finalmente falou: “Se suas palavras são verdadeiras, Hatori, então sua investigação poderá lançar luz sobre esse ataque. Entretanto, saiba que, se estiver mentindo, os orcs de Gralkor não hesitarão em buscar vingança.”
Hatori assentiu, sabendo que cada palavra sua estava sendo pesada com cuidado, e respondeu: “Aceito as condições. Meu compromisso é com a verdade e com a justiça. Se me permitirem, começarei imediatamente a investigar esse ataque. E, se encontrarmos o verdadeiro culpado, ele será trazido diante de vocês para enfrentar a justiça que escolherem.”
Os anciões se entreolharam mais uma vez, e o ancião mais velho, que havia iniciado o diálogo, finalmente falou: “Muito bem, Hatori. Você terá sua chance de provar a sinceridade de suas palavras. Grok acompanhará você em sua investigação. Se conseguir trazer a verdade à luz, o Conselho considerará sua proposta de aliança.”
Com um leve aceno de cabeça, Hatori agradeceu. Ele sabia que sua jornada em Gralkor seria ainda mais desafiadora do que imaginara, mas estava determinado a cumprir sua missão e a restaurar a honra entre os humanos e os orcs.
Enquanto seguia Grok para iniciar sua investigação, Hatori sentiu o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele não estava apenas representando Decarius, ele estava representando toda a humanidade. E falhar não era uma opção. Era descobrir a verdade ou lidar com uma guerra!